PEV exige soluções <br>para a Madeira
No dia 11, durante uma reunião ocorrida na Assembleia da República, com a presença do Secretário de Estado da Administração Interna para abordar a problemática dos incêndios em Portugal, Heloísa Apolónia, deputado do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), solicitou àquele representante do Governo que sejam equacionados meios de apoio específicos, para fazer face às consequências dramáticas dos incêndios da Madeira.
A deputada ecologista referiu, por isso, a necessidade de apoios financeiros para a reconstrução e de accionar instrumentos por forma a ir buscar esses apoios à Comunidade Europeia, assim como de o Governo da República poder vir a contribuir com o reforço de apoios para fazer face aos impactos psicológicos do drama, com técnicos e profissionais especializados, nomeadamente psicólogos, especialmente para debelar as sequelas psicológicas deixadas nas crianças do Funchal que vivenciaram momentos aflitivos num cenário dantesco e profundamente traumatizante.
Heloísa Apolónia perguntou ainda se o Secretário de Estado tinha conhecimento da existência de algum estudo contrário à utilização de meios aéreos no combate aos incêndios na Madeira, e caso este existia, solicitou que o mesmo seja disponibilizado.
Calamidade Pública
No dia anterior, 10, o Colectivo Regional da Madeira do PEV exigiu que fosse decretado Estado de Calamidade Pública na ilha. «A situação dramática decorrente da propagação do incêndio para dentro da cidade do Funchal, atingindo o seu núcleo histórico, destruindo centenas de habitações e pondo em perigo milhares de pessoas e património inestimável, tornou-se um verdadeiro drama sem par na história dos incêndios nos últimos 100 anos em Portugal. Esta situação torna premente decretar o Estado de Calamidade Pública com urgência», apelam os ecologistas, sublinhando que, daquela forma, podem ser accionados junto da União Europeia «os pedidos de apoio necessário à recuperação desta situação cujos impactos económicos e sociais podem desde já ser considerados de uma gravidade extrema, comparável com as consequências das derrocadas ocorridas em Fevereiro de 2010».
O PEV lamenta, por outro lado, a «falta de meios e da pouca adequação dos existentes na prevenção e combate aos incêndios», mas também os «impactos ambientais profundos, com a perda de património natural, de biodiversidade paisagístico que levarão muitos anos a recuperar».
Visitas ao distrito de Santarém
O Partido Ecologista «Os Verdes» e o seu Colectivo Regional de Santarém iniciaram, na sexta-feira, 12, a primeira de um conjunto de visitas pelas zonas afectadas pelos incêndios no distrito.
Aquando do balanço do 1.º período da fase «Charlie» (1 de Julho a 30 de Setembro) do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, a zona de Santarém foi apresentada como a segunda maior área ardida do País.
Na sexta-feira, os ecologistas – numa delegação composta por, entre outros, Manuel Cunha e Sónia Colaço – estiveram no concelho de Coruche, onde lavrou um incêndio que consumiu perto de 570 hectares de florestas e matos. Estiveram reunidos com os Bombeiros Municipais de Coruche, com a Junta de Freguesia do Couço e com o Comando Distrital de Operações de Santarém.